
Uma pergunta destas, feita em tempo de crise, como a que nós estamos a atravessar, parece ridículo, mas não o é. Vejamos com uma pequena história, que como todas as histórias começam assim:
Era uma vez um Senhor muito rico, que vivia numa esplêndida casa, com todo o conforto que lhe proporcionava o dinheiro e as novas tecnologias.
O aquecimento no pavimento, em tempo de vaga de frio, dava à casa um conforto que convidava a não sair; empregados diligentes e competentes tinham a casa sempre em ordem, limpa, arranjada, com flores frescas nas jarras para alindar o ambiente, com as refeições primorosamente confeccionadas e sempre a horas, o carro bem tratado e melhor ainda o belo jardim.
Podíamos dizer que ali não faltava nada para ser feliz.
O certo porém é que o dono da casa, apesar de ter uma mulher boa e compreensiva e uns filhos bem lançados na vida e que nunca lhe deram desgostos, devido ao seu comportamento irrepreensível, não era feliz a ponto de entrar numa depressão que não o deixava sair da cama.
Foram consultados os melhores especialistas, mas nenhum acertava com o mal e as melhores não se faziam sentir.
Uma das empregadas, já de uma certa idade e com muitos anos de casa, gozando, portanto, de uma certa familiaridade, ao mesmo tempo que era dada a “crendices”, disse à senhora: “ O patrão só melhora se vestir a camisa de um homem feliz”.
Isso não foi problema. Logo dois ou três criados foram chamados para procurarem um «homem feliz» e trazer a sua camisa, a qualquer preço.
Procuraram, mas a tarefa era difícil: um era doente, outro tinha-lhe morrido a mulher e sentia-se muito só, outro tinha o desgosto de ter um filho a contas com a justiça, por causa da maldita droga, outro estava em vias de ser despedido, etc.
Não desistiram, até porque alguém lhes disse que, numa determinada rua, vivia um homem que tinha uma oficina de sapateiro e passava os dias a cantar.
Foram ter com ele e disseram-lhe ao que vinham. O sapateiro, com um sorriso de orelha a orelha, como seu costume, confirmou que realmente era muito feliz, apesar da estrema pobreza que o rodeava.
Então os criados pediram-lhe para lhes vender, fosse a que preço fosse, uma das suas camisas.
A resposta, porém deixou-os estupefactos e desiludidos. O homem, com o mesmo sorriso de sempre, respondeu: Não posso fazer o que me pedem, porque eu não tenho camisas – o dinheiro não me chega para tal!
Podemos concluir que:
Não é possível decidir quando se quer ser feliz, dado que a felicidade não se compra nem se ganha;
A felicidade é como uma borboleta que, se se apertar muito, morre;
Se soubéssemos contentar-nos e sermos felizes com o que temos, então seria mais fácil sentir a felicidade.
Reflectir: Será que, nos consideramos homens e mulheres felizes? Todos nós procuramos a Felicidade mas será que a conseguimos alcançar?
Quando nos perguntam ou nos perguntamos se somos realmente felizes o que respondemos?
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