quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Casamento...


Jeny era uma jovem das famílias mais ricas de Los Angeles.

Prestes a se casar, seu noivo foi convocado para o Vietnã.

Antes, deveria passar por um treinamento de um mês.

Apaixonada, ela optou por antecipar o casamento e partir com ele.

Ao menos poderia passar o mês do treinamento próximo dele, antes de sua partida para terras tão longínquas e perigosas.

Próximo à base do deserto da Califórnia onde se daria o treinamento, havia uma aldeia abandonada de índios Navajos

e uma das cabanas foi especialmente preparada para receber o casal.

O primeiro dia foi de felicidade.

Ele chegou cansado, queimado pelo sol de até 45 graus.

Ela o ajudou a tirar a farda e deitar-se.

Foi romântico e maravilhoso.

Ao final da semana estava infeliz e ao fim de dez dias estava entrando em desespero.

O marido chegava exausto do treinamento que começava às cinco horas da manhã e terminava às dez horas da noite.

Ela era viúva de um homem vivo, sempre exaurido.

Escreveu para a mãe, dizendo que não agüentava mais e perguntando se deveria abandoná-lo.

Alguns dias depois, recebeu a resposta.

Dona Mary mãe de Jeny, de muito bom senso lhe enviou uma quadrinha em versos livres que dizia mais ou menos assim:

"Dois homens viviam em uma cela de imunda prisão.

Um deles olhava para o alto e enxergava estrelas.

O outro olhava para baixo e somente via lama. Abraços. Mamãe."

A jovem entendeu.

Ela e o marido estavam em uma cela, cada um a seu modo.

Ver as estrelas ou contemplar a lama era sua opção.

Pela primeira vez, em vinte dias de vida no deserto, ela saiu para conhecer os arredores.

Logo adiante surpreendeu-se com a beleza de uma concha de caracol.

Ela conhecia conchas da praia, mas aquelas eram diferentes, belíssimas.

Quando seu marido chegou naquela noite, quase que ela nem o percebeu tão aplicada estava em separar e classificar

as conchas que recolhera durante todo o dia.

Quando terminou o treinamento e ele foi para a guerra, ela decidiu permanecer ali mesmo.

Descobrira que o deserto era um mar de belezas.

De seus estudos e pesquisas resultou um livro que é considerado a obra mais completa acerca de conchas marinhas,

porque o deserto da Califórnia um dia foi fundo de mar e é um imenso depósito de fósseis e riquezas minerais.

Mais tarde, com o retorno do esposo do Vietnã, Jeny voltou a Los Angeles com a vida enriquecida por experiências

salutares.

Tudo porque ela aprendera a florescer onde Deus a colocara.

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