Certa vez em um asilo a Irmã que cuidava dos velhinhos começou a perceber algo estranho com um senhor.
Ele levava o baralho para a capela e lá ficava olhando as cartas. Um dia a Irmã resolveu tomar uma atitude.
Aproximou-se do vovô e disse: “O senhor precisa rezar aqui na capela, não ficar mexendo com baralho. Há uma hora para cada coisa!” Ele respondeu: “Não, Irmã! É justamente para rezar que eu trago o baralho aqui para a capela.
"Como assim?" perguntou a Irmã espantada.
Ele explicou: "Quando eu vejo este Ás lembro-me que há um só D. Quando pego o Dois me recordo que Jesus tem duas naturezas: A humana e a divina.
A Igreja também é humana e divina. Ao ver um Três logo me vem na cabeça a Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.
O Quatro traz para mim os quatro Evangelhos, cada um com a sua riqueza própria." Ao chegar ao Cinco a Irmã pensou: Agora ele vai se enroscar.
Mas não. O velho pegou o Cinco e disse: "Esta carta me lembra as cinco chagas de Jesus, que ele sofreu por mim. Quando pego o Seis, meu pensamento vai para a primeira página da Bíblia: Os seis dias da criação.
No sétimo Deus descansou e determinou que fosse o Dia do Senhor. Por isso que o chamamos de Domingo.
O Sete me traz na mente os sete sacramentos; penso em cada um deles. E o Oito me leva até as Bem-Aventuranças. Eu já as sei de cor.
O Nove me faz recordar das novenas que fazemos aqui no asilo, que são muito bonitas.
E os Dez me lembra os dez mandamentos da Lei de Deus!” Impressionada, a Irmã lhe disse: “Filho, pode continuar usando o baralho na capela!"
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